Em um outro artigo postado aqui no Abacaxi, cheguei a mencionar que os Novos 52 demorou quase 2 anos para pegar no tranco. Confesso que estou bem satisfeito com a saga Vilania Eterna que têm surpreendido os leitores com a crueldade de seus vilões. E claro, um dos mais carismáticos é o carecudo Lex Luthor, eterno nêmesis do Homem de Aço. Mas espere...ele nem sempre foi uma pedra no sapato do Kryptoniano e nem foi careca por toda sua vida!

Viu? Este é o Luhtor da Era de Ouro: bastante cabelo ruivo!
Enquanto Vilania Eterna vai seguindo adiante, Lex Luthor parece que terá um papel importante na saga - dá pra sentir isso. E com as origens recondicionadas nesse reboot da DC, os tais Novos 52, estou observando o senhor todo poderoso de Metrópolis bem perto. Na análise que faço, dá pra perceber que este "novo" Lex reúne praticamente todas as características de seus outros "eus" do passado, ou seja, de seus outros universos dentro da DC e principalmente da sua reformulação pós Crise Nas Infinitas Terras. A única coisa que ficou de fora foi a sua cabeleira ruiva - é, amigo leitor, Lex Luthor foi introduzido no mundo dos quadrinhos com bastante cabelo.
Criado pela mesma dupla que o Superman um par de anos depois, Lex Luthor era um vilão genérico e não muito expressivo. Assemelhava-se mais com um "doutor Pardal do mal" misturado com "Pink e o Cérebro", pronto para conquistar o mundo e frustrado pelo azulão em todas as tentativas. Foi na edição americana de Action Comics 271 (1960) que Luthor foi introduzido como o maior arqui-inimigo de Kal-el, na estória "Como Luthor conheceu Superboy". Aqui no Brasil, essa estória fora reeditada em dezembro de 2008 na edição comemorativa "Superman 70 Anos - 3 de 4 - Superman vs. Luthor".

É na estória "Como Luthor Conheceu Superboy", nesta edição de Action Comics, que Lex é promovido ao primeiro escalão dos supervilões.
A faceta de Dr. Cientista-louco perdurou até Crise nas Infinitas Terras, quando tudo na DC foi reformulado para acertar seus vários "multiversos" e colocar "ordem" na casa. John Byrne, um polêmico desenhista e roteirista que teve um impacto gigantesco na indústria dos quadrinhos na década de 80, tanto na Marvel quanto na DC, ficou incumbido de direcionar o vilão. Então, Luthor ganhou uma roupagem mais corporativa, dono de empresa, mega bilionário dono da cidade e manteve seu lado "mente criminosa do mal", porém menos cientista. O mundo corporativo da época tentou protestar contra o seu novo representante no mundo dos quadrinhos e a editora quase escutou, se não fosse o rebelde, arisco e brigão John Byrne a dar de ombros para todos. Arriscando mais uma vez a paz entre gregos e troianos, Byrne seguiu adiante com suas ideias para o universo do Superman e, graças a Jor-el, o povo da editora deixou a mente criativa de Byrne trabalhar - a década de 80, pós Crise nas Infinitas Terras, apresentou as estórias mais interessantes do Superman.
Mas vocês querem mesmo é saber como Lex Luthor ficou careca, né? Hummm, que bom que você chegou até aqui então. Foi em 1941 que o desenhista Leo Novak, que desenhava tiras do Super para os jornais, confundiu Lex Luthor com um outro personagem que estava no roteiro - este era careca - e o desenhou sem um único fio de cabelo na cabeça. As tiras foram publicadas assim mesmo. O público estranhou e reclamou, mas um dos pais da criança, Jerry Siegel, de teimoso, aprovou a mudança acidental. E desde então, Lex perdeu sua cabeleira ruiva.
Parece que as teimosias de seus criadores e artistas criativos são tão latentes quanto as do personagem em si. Que bom. Assim, de coadjuvante na Era de Ouro dos quadrinhos até agora, ele permanece um dos mais carismáticos e interessantes vilões de toda uma galeria de malfeitores, mesmo sem cabelos ruivos.
Continue assim Lex! Careca, quero dizer...

Ahhhh, mas é claro! Olhem para a cara de Chirstopher Reeve, ele deve estar pensando: "Nossa, definitivamente você fica muito melhor careca, Lex". Legende essa foto você também! ;-)
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