O Hobbit 3: Faltou alguma coisa na Batalha dos Cinco Exércitos


 

0-Hobit3-posterChega ao fim a trilogia d'O Hobbit!

Ao recuperar sua montanha do dragão Smaug, Bilbo Bolseiro, Thorin Escudo-de-Carvalho e a Companhia dos Anões involuntariamente despertaram uma força mortal para o mundo. Enfurecido, Smaug espalha sua ira sobre homens, mulheres e crianças indefesas da Cidade do Lago.

A expectativa era grande. Os dois primeiros filmes baseados no livro O Hobbit ficaram devendo. Mas quando o mesmo diretor, Peter Jackson, fez a trilogia O Senhor dos Anéis, o terceiro filme foi o melhor da série, e agora esperávamos que acontecesse o mesmo com a trilogia da prequel.

Pena, desta vez Peter Jackson falhou. O Hobbit 3: A Batalha dos Cinco Exércitos (The Hobbit: The Battle of the Five Armies, no original) é o mais fraco dos seis filmes dirigidos por ele, baseados em J.R.R. Tolkien.

Elfos e Chifres. Sempre polêmicos...

Elfos e Chifres. Sempre polêmicos...

Vejam bem, o filme não é exatamente ruim. Tecnicamente perfeito, traz bons atores, bons personagens, batalhas bem filmadas, etc. Mas O Hobbit 3 perde - e muito - na comparação com a trilogia anterior, principalmente com o terceiro filme: depois uma batalha sensacional, O Retorno do Rei termina com Aragorn virando rei e dizendo aos Hobbits "you bow to no one", num momento que arrepia até o nerd mais insensível. E agora, no fim do sexto filme, bem... Nada memorável acontece...

Aliás, mesmo os outros filmes da nova trilogia têm sequências memoráveis. Tem alguma aqui? A batalha que dá título ao filme é deixada de lado enquanto acompanhamos algumas lutas em particular. E o fim da batalha é besta...

Smaug novamente rouba a cena.

Smaug novamente rouba a cena.

Se fosse um filme "independente", O Hobbit 3 seria um filme razoável, apenas com o mesmo defeito dos outros dois filmes da prequel: a lentidão - foi um erro grave transformar um único livro em três filmes de quase três horas cada, os três filmes têm muita "encheção de linguiça". Mas, por ser mais um filme do Peter Jackson, baseado em Tolkien, repetindo atores e personagens, a comparação entre as duas trilogias é inevitável.

Salva-se alguns detalhes, como falei lá em cima. A parte técnica é fantástica, Jackson e a Weta conseguem perfeição nos efeitos especiais, o dragão mais uma vez enche os olhos, assim como as grandiosas batalhas. Existem versões em 48 quadros por segundo, mas não posso julgar isso, a sessão de imprensa foi nos tradicionais 24 qps.

Um elenco curto, mas competente.

Um elenco curto, mas competente.

O elenco também está bem, felizmente Jackson conseguiu manter os mesmos atores durante toda a saga. Martin Freeman mais uma vez faz um bom trabalho liderando o elenco, que conta com Ian McKellen, Richard Armitage, Evangeline Lilly, Luke Evans, Orlando Bloom, Lee Pace, Billy Connolly e Manu Bennett. Só achei que alguns atores aparecem pouco - Cate Blanchett e Benedict Cumberbatch (que não mostra a cara, mas dá a voz para dois vilões) deveriam ter participações maiores, seus personagens foram subaproveitados. Ian Holm, Christopher Lee e Hugo Weaving fazem pontas nos papeis esperados.

No fim, fica a certeza: o livro O Hobbit não tinha como virar uma trilogia de quase nove horas (na sua versão curta, porque existe uma versão estendida). Se fosse apenas um filme, ou, no máximo, dois, seria beeem melhor.

p.s.: Será que Jackson agora pensa na trilogia do Silmarillion? Ou será que a Disney vai comprar tudo e inventar episódios 7, 8 e 9? :-P

Helvecio Parente
Músico, crítico de cinema, roteirista, diretor, corredor, síndico e pai orgulhoso de 3 filhos. E ainda por cima, muito nerd!
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