Nonsense TV – S01E05: Séries Britânicas


Heading into twilight
Spreading out her wings tonight
She got you jumping off the track
And shoving into overdrive

Highway to... the... danger zone
I'll take you right into the danger zoooooouuuune

You'll never say hello to you
Until you get it on the red line overload
You'll never know what you can do
Until you get it up as high as you can gooooooooooooooo

Ôpa, tudo bem? Vamos no ritmo de Danger Zone para mais um Nonsense TV!

Mas, se você se pergunta a ligação entre a música e o tema da semana, já te digo: nenhuma. Mas lembre-se que tenho mullets e adoro os anos 80!

Aliás, que década fantástica e absolutamente sem regras! Enfim...

SÉRIES BRITÂNICAS

Para a pessoa que está lendo isto: se você tem o costume de ver séries americanas e até brasileiras, esta coluna vem te ajudar a te preparar para as séries britânicas.

Sim, isso exige preparação.

Cada vez mais séries britânicas estão sendo exibidas no Brasil. Seja pela Cultura, +Globosat ou até AXN, elas estão aqui. E não se engane: apesar deste título “britânicas” que coloco, pode trazer pro balaio séries produzidas na França, Itália, Dinamarca...

Exceto que, na Itália, sempre haverá uma mulher extremamente linda. Porque é uma italiana.

DICAS PARA ENTENDER UMA SÉRIE BRITÂNICA

Essas dicas foram bem úteis quando minha irmã mais nova foi ver a primeira série britânica, então preste atenção:

1 – PESSOAS FEIAS. Sim, eu sei que isso soa terrível, mas foi pra te chamar a atenção. As emissoras americanas buscam sempre colocar pessoas extremamente atraentes em suas produções, para fisgar público mesmo. Já pensou se a Penny de The Big Bang Theory fosse atraente para Leonard, um homem com pouco traquejo social e experiência romântica, mas não para o público em geral? Pois é. Mas as séries britânicas partem de um princípio mais legal: pessoas REAIS. Sabe aquela moça incrivelmente linda, mas que tem os dentes da frente separados e isso te dá agonia?

Apresento Eve Myles, de Torchwood e Broadchurch. Linda, tem os dentes separadinhos, e uma coisa não anula a outra. Ela pode ser a sua colega de faculdade.

E nisso não temos, como na TV americana, a faxineira gostosa, o zelador encantador ou até mesmo o mocinho e a mocinha perfeitos. Porque são pessoas reais – ou o mais próximo disso. Clémence Poésy, por exemplo, foi maquiada e enfeitada para ser perfeita em Harry Potter e o Cálice Sagrado. Tudo bem que havia o fato de, lá, ela não ser humana, mas esqueça. Em The Tunnel, ela é bonita, mas... normal. E isso é bom. (ok, Clémence não conta como exemplo porque eu ainda acho que ela é muito bonita pra ser só humana...)

2 – SÉRIES CURTAS. Dificilmente uma série americana é considerada um sucesso com menos de doze episódios na temporada. Na verdade, tirando TV a cabo (mais sobre isso em breve), o ideal é atingir mais de vinte episódios por temporada. Enquanto isso, uma britânica tem... seis. Ou oito. Ou, sendo um extremo sucesso, doze.

Houve uma época em que elas também seguiam a ideia de vinte a trinta (trinta!) episódios por temporada. Mas preferiu-se o conceito de episódios que sempre acrescentam algo, sempre trazem algo novo, e não há interrupção alguma na exibição. São séries mais enxutas, diretas e, por consequência, que rendem mais. E isso entra na terceira questão...

3 – PERSONAGENS MUDAM. Sim, personagens morrem, se mudam e qualquer coisa do tipo. Primeiramente porque as tramas precisam de mexidas. Sempre faz bem mexer. E segundamente (eu sei que a palavra não existe, eu inventei, pega eu, lero lero) porque os atores não querem passar dez anos fazendo a mesma coisa.

É isso que fez a série Taggart, sobre o detetive Taggart, continuar SEM o Taggart. E é por isso que, mesmo sendo o papel de sua vida, David Tennant saiu de Doctor Who após três temporadas e alguns especiais. Porque eles sentem que há a necessidade de fazer mais coisas.

Não se espante se um ator britânico anunciar sair de uma série e, por isso, seu personagem morrer. Só não conte isso a ninguém que esteja ainda assistindo, como fizeram com a presidente Dilma.

4 – OH, VIDA REAL, COMO É QUE EU TROCO DE CANAL? Acostume-se com ruas reais, lugares reais... Claro que existem cenas feitas em estúdio, mas é difícil haver a construção de toda uma cidade cenográfica. Sempre que possível, vão pra rua mesmo.

Baseado nisso, não posso indicar uma série que não seja...

BROADCHURCH

Broadchurch

Broadchurch

Ah, achou que eu ia indicar Doctor Who? Não, essa quero trabalhar em uma edição própria de Nonsense TV.

(“’Edição própria’? Doctor Who merece uma COLUNA própria, seu incauto!” – Calma, leitor. Eu sei o que estou fazendo.)

Broadchurch é sobre uma cidade pacata e pequena, daquelas em que todos conhecem todos e, subitamente, um menino é assassinado. Como a cidade nunca nem soube de um assassinato, cabe ao recém-chegado Alec Hardy (David Tennant) fazer a investigação, e descobrir que todos possuem segredos...

A primeira temporada tem oito episódios. A segunda também, e a terceira foi confirmada. A Fox tentou fazer uma versão americana chamada Gracepoint, copiando até o estilo de fotografia de Broadchurch. Porém, o simples fato de esticar a temporada para dez episódios já diluiu a trama, e o final não é tão bom. Mas tem o mesmo David Tennant fazendo o mesmo papel, e sem sotaque.

Eu quero morar em Londres um dia. Juro que quero. Poder andar de tube, reclamar do que vejo na telly, ler sobre a Rainha no tabloid, beber chá...

Pensando bem, troco o chá por Coca-Cola.

Nonsense TV. Porque tudo faz sentido até você sintonizar.

Abacaxi Voador
Maluco multimídia, Beatlemaníaco, assiste mil séries e calça 48. Tem mullets.
  • http://bananaradioativa.tumblr.com Fernando Barone

    Então Broadchurch é basicamente a versão britânica de Twin Peaks?

    • Vinícius Schiavini

      Menos bizarra, mas sim. =)

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