Crônicas dos Senhores de Castelo: Uma Serie de Fantasia feita por brasileiros


Anos atrás, achei o primeiro livro dessa série e me interessei e muito por causa da capa. Depois de ler a sinopse, não pude deixar de compra-lo. Para a minha surpresa, o livro é muito melhor do que eu esperava, mas tem os seus defeitos. E o mais interessante de tudo: escrito por dois brasileiros.

G. Brasman e G. Norris, escritores

G. Brasman e G. Norris, escritores

Crônicas dos Senhores de Castelo conta a historia de Thagir e Kullat, dois dos mais poderosos e respeitados membros da Ordem dos Senhores de Castelo. E o que vem a ser isso? No passado, existiram criaturas das trevas conhecidas como Espectros. Estas estavam causando caos e destruição por todos os mundos do multiverso. Reis de todos os cantos do multiverso se uniram para derrota-los, conseguindo depois de dez anos de guerra. Com a paz restaurada, decidiram fundar uma ordem que pudesse mantê-la. Foi assim que a poderosa Ordem foi criada há mais de 3 mil anos, mantendo a paz por todo esse tempo.

A historia mescla fantasia com ficção científica. Sinceramente, parece que Senhor dos Anéis, Star Wars e Star Trek fizeram uma orgia e nasceu esses livros. Tem muitos elementos de todas essas conceituadas séries, e podemos ver isso sem fazer muito esforço. Alguns podem dizer que a historia é ruim, mas estão enganados. Ela é muito interessante e não tem pontas soltas, mas não podemos falar o mesmo sobre a narrativa. Eu tive vários problemas em ler os livros, parando inúmeras vezes. Eu não conseguia entender direito o porque disso, até que dei mais atenção à narrativa. Qualquer leigo em literatura sabe que a base de toda obra, não importando o gênero, é a narrativa. Se ela não for boa, isso mata todo o enredo.

Mapa de Agas'B

Mapa de Agas'B

Eu fico muito triste em dizer isso, mas o principal problema das Crônicas dos Senhores de Castelo é esse: sua forma de contar a historia é muito fraquinha, sem sal e deixa muito a desejar. Não há detalhamento do ambiente, porém isso é compensado através dos belos desenhos em algumas páginas, uma coisa muito rara nos livros da atualidade. No primeiro livro elas são constante, mas no segundo não. O mapa que ambos possuem é muito bonito e bem feito. Os personagens são bem trabalhados, quanto a isso não tenho reclamações.

No segundo livro eles viajam pelos Mares Boreais, que são águas energéticas que ligam os diferentes planetas no multiverso. Porem, durante a viagem, acontece uma coisa um tanto inexplicável. No percorrer da narrativa, por varias vezes apareceram palavras, frases ou nomes que nunca ouvimos falar. Por isso que sempre que isso acontece, uma marcação aparece, colocando o seu significado no rodapé da pagina. Quando você vê isso, logo pensa: “Legal! Com isso a narrativa vai ser bem mais dinâmica!” Mas não foi isso que aconteceu. Mesmo com a explicação, os personagens ainda explicavam coisas que você já tinha lido no rodapé. E isso não apenas uma vez, mas durante todo o livro ocorre a mesma coisa. Assim, se eles já vão falar tudo, por que uma nota no final da pagina? Sinceramente não entendi.

Eu gostei bastante dos protagonistas. Kullat e Thagir me lembram muito os protagonistas de animes, e isso é una coisa boa. Além de serem muito brincalhões, são bem poderosos, principalmente Kullat. Este último me lembra o jeito brasileiro de ser, o que tenho certeza, era o que os autores queriam.

Para fechar, a série é muito interessante, principalmente para os amantes de fantasia e ficção científica. É uma experiência interessante mesmo com a narrativa tendo seus problemas.

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Rodrigo Mesquita
Escritor, gamer, RPGista, devorador de livros, viciado em séries e em HQs.

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